Sexta

Sexta-feira - 02:45 da madrugada.

Me pego sentado com ânsia de escrever. Porém, nada de útil me vem à mente. Sempre que tento, me pego no mesmo assunto, no mesmo capítulo. Gostaria de poder falar sobre pessoas, animais, histórias de ficção. Mas não consigo.

Tento ir pra cama. Inútil. Há dias que me tento dormir e não consigo. À noite me vem como um momento de reflexão. O problema é que não sei se quero mais pensar sobre isso, mas também não sei se consigo ficar sem pensar.

Será que é isso que vem de uma mente cansada? Um texto totalmente desconexo e sem nenhum começo, meio e fim? Presumo que sim.

Nessas horas fico pensando que isso que estou escrevendo, não é poesia, mas sim uma fuga. Tento escrever poesia, mas apenas me perco em situações de desabafo. Talvez esse não seja o momento certo de escrever poesia, já que tudo que for escrito terá o mesmo propósito.

O que você está fazendo as 02:45 da manhã de uma sexta? Não tenho mais o direito de saber. Só sei que estou aqui. Sozinho...

Recursos

Amor... amizade... andando abraçados
Antes amantes abertos ao abrigo
Agora apenas andantes ausentes

Talvez tenhamos tempos tortuosos
Tecendo teorias traduzindo todo temor
Tristes traições

Seria sensato semear sua solidão,
sabendo ser somente sofrer?
Sentindo saudades...

ID

- Uma cerveja bem gelada. Por favor.

Pra espantar o tédio,

pra aumentar a ilusão dos meus dias,

e tornar assim possível a realidade do meu esquecimento.

Clamei por soluções, por saudações,

por olhares atentos e amigáveis.

E na verdade, clamei por mim...

Roguei por todo o meu egocentrismo e por todo o meu pesar.

Pedi auxílio de Hestia....frio....

- Um café, por favor.

Talvez um bom café poderia aquecer meus pensamentos.

Aquecer meu corpo, aumentando assim a possibilidade de descanso e paz...

Consegue ver??

São as nuvens...se não fossem os ventos,

como seriam tão lindas e diferentes?

Será que é sempre necessário um complemento pra se obter um diferencial?

Creio que não...

Volto a pensar em mim, e no meu egocentrismo, seja ele banal ou não.

Chego em casa sozinho acompanhado de um chá, complementando assim essa dor.

Dor que preciso sofrer sozinho.

Períodos curtos que expressam o mesmo sentido com palavras diferentes...

Será isso uma poesia?

Ou apenas um desabafo?

Ou talvez um desabafo afetivo?

Receio não poder julgar, pois ainda não obtive licença poética para tal afirmação.

Apenas sei que isso é por mim.

Apenas por mim...

Real - Utópico - Mundo

Bons tempos estes...
Tempos em que a união prevalece entre os seres mais diferentes. Tempos em que a paz reina, e que as pessoas são felizes.
Traços se confundem, formando sonhos na nossa realidade. Traços que percorrem todo o horizonte de imagens, sons, palavras. "Mas algumas..."
Tempos de Dor...Sofrimento esse que se expande com tamanha voracidade. Megabytes por segundo já não são capazes de acompanhar o ritmo da destruição. "...atitudes se escondem......"
O nascimento de um ser, o desabrochar de uma flor. A ambiguidade do ser ou não ser. A possibilidade de salvação...O nosso mundo tentando respirar. "...no fundo..."
Realidades utópicas ou não? Paz? Amor? Tentativa de esperança...Tentativa de mudança...Ou seria....apenas seria?"...de nossa alma"

E que tal juntar o texto que está entre aspas?